Finanças 15/02/2024

Capital de giro no varejo: tudo o que você precisa saber!

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Não é novidade para nenhum empresário que o capital de giro jamais pode ser deixado de lado em uma boa gestão financeira. Pois é! E pensar que muitas falências acontecem justamente pela falta dele.

Portanto, é preciso olhá-lo como uma prioridade. Quando uma empresa não possui capital de giro, ela pode, por exemplo, ter problemas para quitar suas dívidas, realizar novos investimentos e até mesmo pagar seus colaboradores e fornecedores.

E é por isso que ressaltamos que ele é vital para manter a sua loja viva ao longo dos anos.

Aproveite este guia completo para tirar todas suas dúvidas:

  • O que é capital de giro?
  • Quais os tipos de capital de giro?
  • Qual a importância do capital de giro para o varejo?
  • Como calcular o capital de giro? 
  • Como calcular o valor ideal para sua loja?
  • Como conseguir capital de giro?
  • Como controlar o capital de giro?
  • Como fazer a gestão de capital de giro de forma eficiente?

Acompanhe e aprenda!

O que é capital de giro?

O capital de giro é o valor dos recursos que sobram no caixa depois de a empresa pagar todas as contas e despesas do período. É como se fosse o dinheiro que sobrou do seu salário depois de pagar aluguel, luz, água e internet, e que será usado para você viver durante o mês.

Logo, é extremamente necessário para manter a loja em funcionamento durante o intervalo entre o pagamento e o recebimento de recursos. Por exemplo, ao comprar insumos com fornecedores, é preciso pagá-los. Só que a entrada de dinheiro pelas vendas não é imediata. Porém,  a loja precisa se manter financeiramente nesse intervalo, não é verdade?

Para isso, o capital de giro é a salvação.

Afinal, essa gordura financeira permite arcar com todos os gastos fixos e variáveis, aumentando a segurança da marca.

Um ponto que merece destaque é que esse recurso deve ter liquidez imediata, ou seja, o dinheiro precisa estar disponível para resgate na hora. Assim, o “giro” dos pagamentos mensais é mantido.

Capital de Giro x Fluxo de caixa

Por se referirem ao dinheiro da empresa usado para arcar com as despesas, há quem confunda os conceitos de capital de giro e fluxo de caixa. Se esse for o seu caso, entenda suas diferenças.

O fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão financeira do negócio. Ele calcula e acompanha todas as entradas e saídas de recursos durante determinado período a fim de entender se a marca teve lucro (caixa positivo) ou prejuízo (caixa negativo).

E o capital de giro é o valor disponível que sobrou em caixa depois de todas as despesas serem pagas.

Leia também: Como fazer controle de caixa? As 5 melhores dicas!

Quais os tipos de capital de giro?

Existem cinco tipos de capital de giro, entenda cada um deles.

Positivo

De modo simples, o capital de giro positivo é quando sobra dinheiro no caixa após quitar todas as obrigações financeiras do período

Só que nem sempre esse saldo positivo significa lucro. A empresa pode estar com gastos elevados e dificuldade de manter suas contas em dia. Logo, esse capital precisa ser suficiente para lidar com todas as despesas.

Por outro lado, há casos em que há excesso de recursos sobrando no caixa. Pode até parecer bom, mas já adiantamos que pode não ser. Isso porque mostra que há dinheiro parado, erro nas contas, falta de planejamento, entre outros. Ou, então, que o varejista está perdendo oportunidades de investimento.

Negativo

O capital de giro negativo é o oposto do positivo: quando não resta dinheiro no caixa depois de pagar as contas. O resultado é menor que zero e mostra que a marca gasta mais do que recebe.

Porém, nem sempre é ruim ter capital de giro negativo, mas só se for durante um curto período. Geralmente, negócios recém-abertos não apresentam ganhos suficientes para lidar com os débitos. O aumento dos recursos é uma consequência do trabalho feito ao longo do tempo.

Líquido

O capital de giro líquido engloba todos os recursos financeiros da marca, excluindo ativos não circulantes e imobilizados, ou seja, os que não podem ser convertidos rapidamente em dinheiro.

Os ativos não circulantes e imobilizados são, por exemplo, imóveis e bens, que possuem baixa liquidez. Afinal, para receber o dinheiro em troca dessas propriedades é preciso vendê-las, o que leva tempo.

Associado a investimentos

Esse tipo de capital de giro diz respeito à quantia necessária para cobrir os custos com investimentos.

Os recursos são usados para pagar as despesas relativas aos investimentos realizados, como a compra de uma máquina que precisa de insumos para funcionar. E o capital de giro serve para bancar esses gastos associados.

Próprio

Já o capital de giro próprio é quando a empresa não precisa pedir empréstimos para engordar os recursos no caixa e todas as despesas são pagas com o próprio dinheiro.

Ele representa o equilíbrio financeiro da loja, pois não precisa recorrer a ninguém para pagar suas contas em dia.

Qual a importância do capital de giro?

De modo geral, o capital de giro é importante para manter a saúde financeira do negócio ao longo dos anos. Afinal, possibilita:

  • manutenção do estoque;
  • investimento em máquinas e equipamentos;
  • oferta de vendas parceladas aos clientes;
  • pagamento aos fornecedores, aos colaboradores, de impostos e custos operacionais;
  • entre outras despesas.

Portanto, entre as muitas vantagens de conseguir capital de giro todos os meses, destacamos: oferecer mais segurança financeira e ajudar na identificação de pontos de melhorias. Se o resultado for ruim, mudanças precisam ser feitas.

Saiba mais: Entenda a importância do controle financeiro empresarial

Como calcular o capital de giro?

A grande virada de chave para o sucesso do varejista é descobrir qual a sua necessidade de capital de giro.

Existem várias fórmulas usadas para calculá-lo, mas vamos nos ater à indicada pelo Sebrae:

Capital de giro líquido (CGL) = (todas as contas a receber + o valor em estoque)  –  (todas as contas a pagar + o valor a pagar em impostos e despesas)

De modo simplificado, o cálculo é feito assim:

Capital de giro líquido (CGL) = Ativo Circulante (AC) – Passivo Circulante (PC)

Sendo que:

  • ativos circulantes: contas a receber, valor em estoque, aplicações financeiras com liquidez imediata, conta bancária, dinheiro em caixa, entre outros;
  • passivos circulantes: contas a pagar, empréstimos, financiamentos, fornecedores, salários etc.

Exemplo de cálculo do capital de giro líquido

Para entender melhor, vamos fazer o cálculo?

Imagine que uma empresa tem gastos de R$10 mil com salários, R$1,5 mil com impostos, R$1 mil com água, luz e internet, e R$4 mil com insumos (fornecedores). Logo, o total de seu passivo circulante é de R$16.500.

Por outro lado, há R$15 mil na conta bancária corporativa, R$5 mil de rendimentos de aplicações em renda fixa, R$5 mil em estoque e R$12 mil de contas a receber. O gera um ativo circulante de R$37 mil.

Logo, para descobrir o capital de giro dessa loja, faça o cálculo:

  • CGL = R$37.000 (AC) – R$16.500 (PC);
  • O que resulta em um capital de giro líquido de R$20.500.

Importante: de forma geral, o capital de giro corresponde de 50% a 60% dos ativos de uma empresa saudável financeiramente.

Se quiser continuar aprendendo, assista ao vídeo do Sebrae que explica mais sobre o cálculo do capital de giro:

Veja mais: Entenda a importância da gestão de contas a pagar e receber e aprenda as melhores práticas

Como conseguir capital de giro?

É possível que você já saiba o que reduz o capital de giro. Afinal, basta as vendas diminuírem ou as despesas aumentarem para visualizar o quanto sobra por mês.

Só que é possível realizar ajustes internos que contribuem para a loja ter um capital de giro saudável. E sem precisar ir ao banco pedir empréstimos.

1-Antecipe seus recebíveis

O primeiro passo é entender como fazer para receber o dinheiro proveniente das vendas. Afinal, ela pode ser feita à vista ou a prazo, o que impacta diretamente o capital de giro mensal.

Quando a compra é à vista, ótimo! Pense até mesmo em criar estratégias de comunicação aos clientes para reforçar os benefícios dessa modalidade de pagamento.

Caso seu público parcele muito o valor da compra, é possível agradá-lo e oferecer mais quantidade de prestações. Saiba que é possível antecipar os valores das vendas diretamente com o banco ou a administradora do cartão. Apesar de pagar uma taxa extra para essa operação, eleva o capital de giro da loja mensalmente.

Confira com seu contador a necessidade de antecipar esses valores e por quanto tempo isso deve ser feito até deixar seu capital de giro positivo.

2-Analise seu estoque

Quais produtos possuem um giro maior no seu estoque? Eles se convertem em dinheiro de forma muito mais rápida do que outros itens.

Portanto, descubra quais são esses produtos e pense em estratégias para vendas. E, claro, priorize a compra deles ao longo dos meses.

Já em relação às mercadorias que menos são compradas, o varejista pode oferecer descontos para vendê-las mais rápido.

Lembre que produto parado no estoque é igual a dinheiro estacionado. Por isso, evite!

Além de precisar de maior espaço de armazenamento, os custos elevam a cada acúmulo mal-planejado no estoque varejista.

3-Renegocie com os fornecedores

Manter um bom relacionamento com fornecedores facilita – e muito – conseguir mais capital de giro para seu negócio. Isso porque fica mais simples negociar prazos de pagamentos mais longos para preservar o dinheiro em caixa.

Outro ponto é descobrir quais fornecedores oferecem melhores condições para, assim,  aumentar os pedidos com eles.

4-Se precisar, parcele os impostos

Caso a necessidade de capital de giro seja grande, pergunte ao seu contador quais impostos podem ser parcelados. Às vezes, os juros diluídos ao longo dos meses vão pesar menos no bolso do que o pagamento à vista.

5-Reduza os custos

É quase uma questão de lógica: para elevar seu ganho de dinheiro e manter um capital de giro alto, é preciso reduzir as despesas, certo? Pode até não parecer, mas existem muitos gastos desnecessários dentro de qualquer negócio.

E você precisa descobrir quais são para então cortá-los e ajudar a empresa a manter sua saúde financeira por muitos e muitos anos. É muito mais fácil reduzir gastos do que gerar novas receitas. Pense nisso!

Como controlar o capital de giro?

O ideal é que o capital de giro seja controlado de perto, mês após mês, uma vez que basta uma queda para ficar difícil manter as contas em dia ou, até mesmo, precisar recorrer a empréstimos. O que pode virar uma bola de neve.

Para evitar o pior cenário, confira algumas dicas práticas!

  • Tenha suas finanças organizadas: para saber como está a saúde financeira da loja, é crucial ter uma boa gestão financeira. Conte com sistemas completos para automatizar processos e levar mais segurança aos seus cálculos!
  • Mantenha a disciplina: siga o planejamento orçamentário à risca e foque nas estratégias para reduzir custos desnecessários. Quanto mais disciplinado for, mais dinheiro sobrará.
  • Negocie sempre: saiba como lidar com seus melhores fornecedores e como negociar melhores condições de pagamento ou descontos maiores nas compras à vista.
  • Tenha um planejamento financeiro: programar os recursos da empresa é essencial para mantê-la em pé. Por isso, monte um plano para o ano, incluindo projeções de vendas e despesas, períodos de sazonalidade, prazos e metas comerciais, entre outros.
  • Controle as contas a pagar e a receber: não adianta apenas conferir o capital de giro no fim do mês, ok? É vital fazer o fluxo de caixa regularmente para acompanhar os recebíveis e os pagamentos a serem feitos.

Como fazer a gestão de capital de giro de forma eficiente?

Como já deve ter percebido, fazer a gestão do capital de giro de um negócio significa, na verdade, realizar um gerenciamento financeiro eficiente.

Afinal, ele envolve vários aspectos das finanças, como contas a pagar e a receber, fluxo de caixa e planejamento orçamentário.

A melhor forma de acompanhar de perto cada detalhe da sua loja é contar com um bom sistema de gestão financeira, como o F360 Finanças.

Ele permite o gerenciamento de diversas marcas e canais de vendas e automatiza várias operações, como a conciliação bancária e de cartões, o fluxo de caixa, a criação de DRE, contas a pagar e a receber, relatórios com indicadores personalizados, entre outras.

E mais: esse software faz integração com mais de 250 PDVs e 150 adquirentes, dando maior visibilidade às vendas e transações realizadas. 

Faça uma demonstração do F360 Finanças e veja como alavancar seus resultados com tomadas de decisões 100% orientada por dados. Boas vendas!

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Escrito por:

Tálita Gonçalves

Redatora e analista de conteúdo F360

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