As políticas de crédito para clientes são um documento importante para lojas e franquias manterem sua saúde financeira, uma vez que servem como bússola para orientar as tomadas de decisão e evitar inadimplência.
Com a correta verificação dos dados pessoais e financeiros do consumidor, o lojista ou franqueado pode identificar fraudes e golpes, e também pessoas que costumam se endividar e não quitar as prestações no prazo.
Nesse contexto, sua função vai além de orientar processos e análise de informações financeiras: a política atua como forte medida de segurança financeira da marca. Quanto menos perdas, melhor será sua lucratividade.
Porém, ao criar esse documento, você deve considerar critérios desde a análise do crédito até as estratégias de cobranças em caso de atraso no pagamento. Continue a leitura e aprenda sobre o assunto!
Principais aprendizados deste artigo:
- As políticas de crédito para clientes representam um conjunto de regras que direcionam os colaboradores na hora de liberar ou não o crédito em transações.
- O regulamento é importante para evitar inadimplências excessivas, controlar o fluxo de caixa e manter a segurança financeira da loja ou franquia.
- Os principais tipos de políticas são: crédito flexível com cobranças rigorosas; crédito rigoroso com cobranças flexíveis; crédito rigoroso com cobranças rigorosas; crédito flexível com cobranças flexíveis e crédito moderado com cobranças moderadas.
- Para criar suas políticas de crédito, defina um objetivo, os critérios, as restrições, os termos e as condições, e monitore os resultados para fazer melhorias contínuas conforme mudança no mercado e no perfil do cliente.
O que são as políticas de crédito para clientes?
As políticas de crédito para clientes são um documento que reúne regras e diretrizes para colaboradores da franquia tomarem a decisão de conceder ou não o crédito ao consumidor. Inclui critérios e restrições, como limite de valor conforme o nível de risco de inadimplência.
Esse conjunto de normas tem o objetivo de padronizar o processo de liberação de crédito e assegurar que o cliente tem capacidade financeira de arcar com o financiamento.
Qual a importância de ter políticas de crédito no varejo?
Com 72,5 milhões de brasileiros inadimplentes, segundo o relatório de maio de 2024 da Serasa, o varejista deve se proteger para evitar a falta de pagamentos dos clientes. Afinal, afeta diretamente o fluxo de caixa e a obtenção de receitas para honrar com seus compromissos com parceiros, fornecedores e colaboradores.
Portanto, a maior importância de ter políticas de crédito é criar uma barreira de segurança financeira para mitigar os riscos de inadimplência.
Além disso, quando há um regulamento bem-estruturado, o negócio reduz problemas futuros e, assim, pode conceder mais crédito ao seu público, o que ajuda a aumentar a atração e a fidelização de clientes.
Quais os tipos de políticas de crédito no varejo?
Os cinco tipos de políticas de crédito no varejo mudam conforme o nível de risco envolvido na transação, ou seja, a capacidade de o cliente pagar mais uma prestação no mês.
Entenda a seguir.
1 – Crédito flexível com cobranças rigorosas
Esse tipo de política visa contemplar mais clientes. Isso porque facilita a transação por incluir poucas restrições ao crédito e estratégias de cobranças mais liberais.
2 – Crédito rigoroso com cobranças flexíveis
Essa política se aplica a clientes que são bons pagadores.
Enquanto permite liberar o crédito depois de uma análise completa e detalhada para confirmar se o consumidor tem capacidade de quitar os valores mensais, as cobranças são liberais e facilitadas, pois a pessoa tem bom histórico de pagamento.
3 – Crédito rigoroso com cobranças rigorosas
Empresas com grandes vantagens competitivas costumam aplicar esse tipo de política de crédito, pois recebem muitas solicitações e precisam selecionar de modo mais rigoroso e burocrático os seus clientes.
Sendo assim, suas práticas de liberação de crédito e cobrança de pagamento são mais rígidas.
4 – Crédito flexível com cobranças flexíveis
Ao contrário da anterior, facilita o acesso ao crédito e tem o objetivo de expandir a base de clientes. Porém, com ações menos rigorosas, é preciso ter capital de giro suficiente para arcar com as despesas mensais em caso de atraso ou falta de pagamento.
5 – Crédito moderado com cobranças moderadas
No meio do caminho está a política de crédito moderada. Negócios varejistas com poucas solicitações costumam usar esse modelo para evitar inadimplência sem perder consumidores.
Não existe uma política melhor ou pior, por isso, o varejista precisa estudar quais fazem mais sentido com seu modelo de negócio e produtos comercializados. Se as mercadorias são caras e/ou limitadas, ou a marca tem pouca capacidade de produção, o tipo rigoroso é benéfico.
Já se o objetivo é vender cada vez mais, recomenda-se criar políticas flexíveis a moderadas.
É importante destacar que, em alguns casos, é possível operar com múltiplas diretrizes de crédito. Por exemplo: franquias que vendem para pessoas físicas e jurídicas e têm vários perfis de clientes na mesma base podem criar dois ou mais regulamentos diferentes.
Leia também: Como fazer planejamento financeiro empresarial? 8 dicas!
Passo a passo para criar políticas de crédito para clientes
O conjunto de regras e critérios de crédito varia conforme os objetivos e as estratégias de vendas da franquia. Além disso, tem impacto de fatores externos, como o cenário político-econômico do momento, o valor das taxas de juros e o índice de desemprego e inadimplência do consumidor.
Porém, de todo modo, apesar de o conteúdo ser particular a cada marca, o passo a passo para criar políticas de crédito para clientes é igual para todos. Veja abaixo.
1- Defina os objetivos do regulamento
Os objetivos de criar políticas de crédito para clientes devem ser claros, como gestão de riscos, redução de inadimplência, crescimento das vendas e fidelização de consumidores. A ideia é entender qual caminho seguir: criar um regulamento mais rigoroso ou liberal.
2 – Determine os critérios de crédito
Os critérios de concessão de crédito podem incluir diversos aspectos rigorosos ou flexíveis, conforme as estratégias predeterminadas.
Entre os mais usados no varejo, estão:
- histórico de crédito;
- capacidade de pagamento;
- perfil do cliente;
- renda mensal;
- dívidas existentes;
- nível mínimo ou máximo de risco e score de crédito;
- limite de crédito.
Como exemplo, é necessário determinar o percentual (%) do nível de risco aceito pela empresa: “o % máximo vencido a partir de 120 dias não deve ser maior que 1,5% do faturamento bruto de cada mês”.
Ou, então, “o score de crédito precisa ser igual ou maior que 300” para incluir pessoas com risco baixo e médio de inadimplência.
3 – Determine os termos e as condições
Os termos e as condições se referem aos limites de crédito, às formas e prazos de pagamento e às taxas de juros associadas.
Alguns exemplos são estipular a faixa de valor do limite, como compras de até R$ 3 mil têm uma política mais flexível, enquanto as mais caras precisam de uma análise mais rigorosa.
Se preferir, pode estabelecer um limite previamente aprovado para otimizar o processo de concessão.
4 – Monitore os resultados e faça ajustes
Com o regulamento devidamente disponível para todos os colaboradores, é hora de acompanhar os resultados.
O monitoramento acontece pela avaliação de indicadores de desempenho, como taxa de inadimplência, tempo médio de pagamento e taxa de aprovação de crédito.
Se a quantidade de clientes inadimplentes aumentar, é sinal de que o documento precisa de ajustes.
Outra dica é ficar atento às mudanças no mercado, na economia e no score de crédito dos clientes, pois todos esses aspectos afetam a capacidade de pagamento das pessoas.
A melhor forma de obter dados seguros e confiáveis em tempo real é por meio de um sistema de gestão financeira, como as soluções da F360 para franqueados e marcas franqueadoras.
A plataforma concentra todas as informações financeiras de uma ou mais lojas, franquias e canais de venda e permite analisar, em detalhes, os resultados das vendas, do fluxo de caixa e das contas a receber, por exemplo.
Aproveite os recursos automatizados e inteligentes dos sistemas de gestão da F360: agende agora uma demonstração gratuita!
FAQ – Perguntas frequentes sobre políticas de crédito para clientes
O que são políticas de crédito para clientes?
As políticas de crédito são um conjunto de regras e diretrizes para orientar os colaboradores de empresas fornecedoras e/ou sistemas tecnológicos para liberar ou não o acesso ao crédito para os clientes.
O documento se baseia no histórico e no comportamento de cada consumidor e estabelece restrições desde as mais liberais até as rigorosas.
Quais são os benefícios de ter políticas de crédito bem-definidas?
Ter políticas de crédito bem-estruturadas e definidas é fundamental para manter a segurança financeira e o equilíbrio do fluxo de caixa. Isso porque evitam o aumento da inadimplência, de fraudes ou golpes.
Além disso, contribuem para elevar a vantagem competitiva da marca e fidelizar clientes que são bons pagadores.
Quais são os principais componentes de uma política de crédito?
Os principais componentes de uma política de crédito para clientes no varejo são, por exemplo:
- score de crédito;
- formas e prazos de pagamento;
- nível de risco associado;
- concessão de desconto;
- ações de cobrança.
Como implementar políticas de crédito eficazes para clientes?
Para implementar políticas eficazes e assegurar o pagamento em dia dos consumidores, crie um objetivo para o documento (como aumentar as vendas ou reduzir a inadimplência), determine os critérios e as restrições, defina os termos e as condições e monitore os resultados para fazer ajustes e melhorias.
Quais ferramentas podem ajudar na gestão de políticas de crédito para clientes?
O sistema de gestão financeira da F360 é ideal para coletar, armazenar e integrar dados de clientes, vendas e pagamento em um só local.
Portanto, para tomar decisões mais precisas e elaborar políticas de crédito realistas e que ajudam a conquistar bons resultados, é fundamental contar com a tecnologia.