Gestão 19/03/2024

Intraempreendedorismo: como promover na sua franquia?

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O intraempreendedorismo pode ser definido como a prática de empreender dentro da empresa. Isto é, permitir que os funcionários atuem como empreendedores e, com isso, tragam inovações e melhorias para o negócio, por meio de ideias que não foram pensadas por seus idealizadores.

Quer um ótimo exemplo de uma companhia que trabalha dessa forma e é um enorme sucesso? O Google! 

A mundialmente conhecida plataforma de pesquisa web conta com diversos produtos e serviços, a exemplo do Chrome, Meet, Drive e Gmail. Esse último, inclusive, foi criado por um funcionário.

O engenheiro Paul Bucheit aproveitou o projeto interno do Google, que incentiva os colaboradores a dedicar 20% do tempo de trabalho para projetos pessoais e, juntamente, com sua equipe, criou o Gmail, que foi lançado oficialmente em abril de 2004.

Agora, imagine ter um produto/serviço com tanto sucesso quanto esse na sua franquia. Seria incrível, não? A marca se destacaria no mercado e conquistaria um importante diferencial competitivo, isso sem falar no aumento do poder de atração de clientes e elevação do faturamento.

O empreendedorismo interno é um bom caminho para isso. Para entender melhor como essa prática funciona, basta continuar a leitura!

O que é intraempreendedorismo?

O intraempreendedorismo consiste em empreendedor dentro da empresa onde o profissional trabalha. Em vez de fazer isso fora da companhia, o colaborador traz suas ideias, as quais podem gerar novas oportunidades de crescimento e de melhorias para o negócio.

Esse termo é derivado da palavra em inglês intrapreneur, que é uma abreviação da expressão intracorporate entrepreneuring, que pode ser traduzida livremente como empreendedorismo intracorporativo.

Assim como a abordagem do Google que mencionamos, o objetivo é estimular os funcionários e entregar a eles um ambiente propício para apresentarem ideias, propostas e pontos de vista, com foco em gerar inovação para a companhia.

Pense com a gente: quem mais indicado do que as pessoas que estão ali, todos os dias, “com a mão na massa”, para sugerir reformulações nos processos? Quem executa uma atividade sabe melhor do que ninguém a maneira mais indicada, fácil e simples de realizá-la, concorda? 

O mesmo princípio vale para a criação de novos produtos e serviços. Será que você, enquanto pessoa que gerencia ou idealizou a franquia, não deixou passar algo que seria mais interessante do que aquilo que está sendo oferecido atualmente?

O empreendedorismo intracorporativo tem justamente esse propósito. Com ele, é possível, por exemplo:

  • adequar operações e processos;
  • desenvolver novas soluções;
  • modernizar a cultura organizacional;
  • criar novos negócios dentro da própria empresa;
  • entre diversas outras possibilidades.

Dica de leitura: “Franquia unitária ou master franquia? Como escolher o melhor modelo?

Quais as principais diferenças entre intraempreendedorismo e empreendedorismo?

Para esse conceito ficar mais claro, listaremos agora o que difere intraempreendedorismo e empreendedorismo. Veja!

  • Intraempreendedorismo:
    • os funcionários sugerem e executam ideias e inovações para a empresa em que trabalham, e não para si mesmos;
    • o dinheiro usado para a execução das propostas é da companhia, assim como os recursos tecnológicos e o espaço físico, quando necessário;
    • o trabalho é colaborativo e em formato de parceria entre empregador e empregado;
    • os colaboradores ficam limitados às regras e à aprovação dos gestores e fundadores para suas sugestões se tornarem realidade. Porém, correm menos risco de perdas, especialmente as financeiras.
  • Empreendedorismo:
    • tudo é pensado e criado para idealização do projeto pessoal e fundação da própria empresa;
    • o capital usado, as ferramentas e os espaços devem ser de quem teve a ideia ou, ainda, levantado com terceiros, como amigos, parentes e investidores;
    • por vezes, todo o trabalho é feito sem ajuda ou com a participação de poucas pessoas que acreditam na proposta;
    • existe muito mais autonomia para execução do projeto, ao mesmo tempo que também há risco maior de perdas, principalmente as monetárias.

Como funciona o intraempreendedorismo?

Pode-se dizer que o empreendedorismo intracorporativo funciona como uma espécie de troca, na qual o funcionário apresenta aos gestores a proposta que tem e, se essa for aceita, ele também ganha pela colaboração, e não apenas a empresa lucra.

Justamente por ser uma “via de mão dupla” é que essa prática é tão interessante para os colaboradores. 

É claro que cada companhia tem total liberdade para definir as regras de um projeto de intraempreendedorismo. Porém, em linhas gerais, tudo começa pela criação de um ambiente corporativo propício para essa prática.

A cultura da empresa precisa aceitar sugestões vindas dos funcionários. Para isso, não pode ter uma dinâmica engessada, na qual a opinião dos colaboradores não é sequer ouvida, muito menos executada. 

Também não deve limitar o empreendedorismo interno aos profissionais que ocupam cargos de chefia. Todos devem ser envolvidos, independentemente da função.

Após confirmar que há essa mentalidade — ou fazer os ajustes necessários para chegar até ela —, os passos seguintes seriam:

  • entregar aos profissionais as ferramentas e/ou recursos necessários para empreender (o Google, por exemplo, libera 20% do tempo dos funcionários para fazer isso);
  • garantir a possibilidade de acertos e erros, sem julgamentos, descrédito ou qualquer outra ação que desencoraje os colaboradores;
  • promover o apoio das lideranças, a fim de facilitar, estimular e engajar a participação dos times.

Leia também: “Como deve ser o relacionamento entre franquias e franqueados?

13 vantagens do intraempreendedorismo

O empreendedorismo interno gera diversos pontos positivos para a empresa que o adota. Entre os que mais se destacam, estão:

  • promoção da inovação;
  • conquista de uma importante vantagem competitiva;
  • aumento da eficiência;
  • melhoria de processos;
  • diminuição do turnover, devido ao melhor aproveitamento dos talentos;
  • potencial para atrair mais clientes e, com isso, aumentar o faturamento;
  • redução de custos para criação de novos produtos/serviços.

Lembra que falamos que essa prática é uma “via de mão dupla”? Pois bem, para os funcionários que participam do intraempreendedorismo, isso também é vantajoso, considerando que eles:

  • se sentem mais valorizados e reconhecidos;
  • têm a chance de inserir uma importante realização em seus currículos;
  • podem ter retornos financeiros, dependendo das regras do projeto de empreendedorismo corporativo.

E quanto aos demais stakeholders do negócio, como clientes e investidores? Eles também ganham! Afinal, a inovação nos processos e a criação de novas soluções podem resultar em:

  • atendimento mais pontual das necessidades e expectativas dos consumidores;
  • capacidade de aumentar a participação no mercado, colocando a marca à frente dos concorrentes;
  • aumento no volume de vendas, gerando lucros maiores para os sócios.

Este artigo também ajudará você! “Redução de custos em franquias: guia 100% prático para colocá-la em ação

Quais são os tipos de intraempreendedorismo?

É bem provável que, neste momento, você esteja pensando se o empreendedorismo interno é interessante ou não para sua franquia. Essa é uma dúvida comum de muitos gestores, sobretudo pelo fato de esse modelo de negócio ter particularidades que outros não têm.

Porém, há um detalhe que pode ajudar você a decidir se implementa essa prática ou não, que é saber que existem diferentes tipos de intraempreendedorismo. Veja quais são e descubra o que se encaixa melhor ao seu negócio.

Vale agregado

Voltado para o aperfeiçoamento de produtos, serviços ou produtos já existentes e comercializados pela marca. O objetivo é inovar nas ofertas da empresa e aumentar sua eficiência.

Spin-off

Tem como foco o desenvolvimento de novas soluções, totalmente diferente do que já é oferecido aos consumidores. A ideia é explorar novos cenários, caminhos e oportunidades

Social

Aqui, a proposta é gerar impacto social positivo, alinhando inovação à missão e aos valores da empresa, com destaque para os princípios socioambientais.

O intraempreendedor é proativo, seguro, comprometido e tem visão estratégica

Quais as principais características do intraempreendedor?

Após conhecer os tipos, você conseguiu analisar se é viável implementar um programa de intraempreendedorismo na sua franquia? Então, resta descobrir qual seria o grau de interesse dos seus funcionários antes de partir para a execução, propriamente dita.

Uma forma de descobrir isso é verificando quem tem as características de um empreendedor intracorporativo, as quais costumam ser:

  • boa adaptação às mudanças;
  • visão estratégica;
  • pensamento crítico;
  • interesse por aprendizado contínuo;
  • autonomia;
  • segurança;
  • proatividade;
  • postura de comprometimento com a empresa;
  • facilidade de comunicação com diferentes áreas e profissionais.

Sugestão de leitura: “Treinamentos para franquias: por que são tão importantes?

Como desenvolver o intraempreendedorismo em franchising?

Para desenvolver esse conceito no setor de franchising, o passo a passo mais indicado é:

  1. escolha o tipo de empreendedorismo intracorporativo mais alinhado com sua franquia;
  2. garanta um ambiente que estimule a participação dos funcionários;
  3. capacite os profissionais e entregue as ferramentas necessárias;
  4. oriente adequadamente as chefias;
  5. crie e divulgue um programa de intraempreendedorismo realmente interessante.

Veja os detalhes, logo adiante!

1. Escolha o tipo de empreendedorismo intracorporativo mais alinhado com sua franquia

Entre os tipos possíveis de empreendedorismo interno, pode ter um ou mais que seja interessante para seu negócio. 

Para escolher, analise o que precisa para potencializar o crescimento da sua franquia. Por exemplo, seria o caso de melhorar os produtos/serviços que já oferece ou criar algo novo?

2. Garanta um ambiente que estimule a participação dos funcionários

Como comentamos, de nada ainda implementar essa prática se a cultura organizacional é contrária à inovação ou ouvir o ponto de vista dos funcionários. 

Se esse ainda é um obstáculo na sua franquia, primeiro mude a cultura corporativa antes de seguir para os próximos passos. Do contrário, só perderá tempo e dinheiro e, ainda, comprometerá internamente sua imagem e a da sua marca.

3. Capacite os profissionais e entregue as ferramentas necessárias

Promova cursos e treinamentos. Leve seus funcionários para participar de palestras, workshops e outros eventos. Quanto mais estímulos receberem, maiores as chances de ter boas ideias.

Não deixe também de entregar as ferramentas e condições certas para desenvolverem seus projetos, além de tempo, claro.

4. Oriente adequadamente as chefias

A participação dos líderes é essencial para que esse conceito dê certo. Eles precisam incentivar a participação dos funcionários, mostrar os pontos positivos e a importância de fazerem parte desse projeto. 

Também cabe à chefia imediata levar todas as ideias e sugestões aos responsáveis por tomar a decisão de implementação, sem julgar de antemão ou “barrar” a sugestão por critérios pessoais de avaliação.

5. Crie e divulgue um programa de intraempreendedorismo realmente interessante

Esse programa deve conter todas as regras de participação e, principalmente, quais serão as recompensas a quem tiver as propostas aprovadas e implementadas. 

Algumas formas de recompensar os funcionários são:

  • pagamento em dinheiro;
  • prêmios como computadores, smartphones e outros equipamentos eletrônicos;
  • viagens;
  • folgas extras;
  • promoções (mudança de cargo);
  • entre outras.

Também é vital não esquecer o reconhecimento público, tanto interno quanto externo.

Gostou de entender mais sobre intraempreendedorismo? E que tal conhecer outras maneiras de estimular o crescimento da sua franquia? Aproveite que está aqui, no blog da F360, e leia também outros artigos!

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Escrito por:

Carolina Ferrari

Gerente de marketing da F360

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