A última edição do maior evento varejista do mundo, NRF 2023, surpreendeu as mais de 40 mil pessoas que participaram. Se o foco dos anos anteriores foi apenas a tecnologia, nesse, a atenção se voltou para o conceito back to basics no varejo.
Ele é considerado uma das principais tendências do setor para 2024. Sendo assim, é indispensável entender o significado, seus pilares e as formas de implementar essa estratégia para se destacar no mercado.
Porém, não pense que ele abandona de vez o uso da tecnologia, pelo contrário, é uma bússola para a marca entender quais ferramentas e sistemas são realmente eficazes para atrair, conquistar e reter clientes.
E não estamos falando apenas de canais de vendas on-line. As lojas físicas se mostram como um importante pilar para que o back to basics seja bem-executado.
Para entender melhor, aproveite este texto e aprenda o que é back to basics no varejo, suas principais tendências e como aplicá-lo na sua loja ou franquia de forma realista!
O que é back to basics no varejo?
Back to basics, em tradução livre, quer dizer “de volta ao básico”. Porém, quando utilizado no varejo, ele significa “de volta às origens”, ou seja, olhar com mais cuidado e atenção para as operações essenciais da marca, como compra, venda, armazenagem, logística, atendimento e qualidade do produto/serviço.
Entretanto, não é porque a tendência de back to basics no varejo é olhar para as operações básicas que ela não envolve a tecnologia – tão presente na rotina do consumidor 5.0.
Ele apenas muda o olhar: a tecnologia pode fazer o básico muito bem-feito e, por isso, precisa ser usada para facilitar as operações e a experiência do cliente com a marca: comprar, receber e poder devolver caso não goste, por exemplo.
Em outras palavras, o conceito do back to basics envolve a cultura customer centric (100% focada no cliente). A ideia é entregar o melhor possível para o consumidor, em todos os momentos de contato com a marca, seja na loja física ou on-line.
Tendência do back to basics no varejo: o que ficar de olho?
Essa estratégia de voltar às origens reforça o conceito do varejo omnichannel. Afinal, ela une as ações centradas na satisfação do cliente por todos os pontos e canais de venda, inclusive a loja física. O fundamental é saber integrar as experiências e usar os recursos de modo eficiente.
Um detalhe de grande importância aqui é acabar com a ideia de que o e-commerce vai tomar o lugar da compra presencial. Na verdade, eles se unem para elevar a vantagem competitiva da marca.
Os pilares de uma estratégia back to basics são pessoas (clientes e colaboradores); cultura da marca; diversidade; sustentabilidade e ESG (Ambiental, Social e Governança).
E tudo isso com o suporte de tecnologias. Algumas delas ganharam destaque no evento NFR 2023. Confira!
- Web 3.0: web inteligente que fornece mais segurança, velocidade e transparência, permitindo maior divulgação visual dos produtos e melhor coleta e uso dos dados gerados.
- E-commerce 3D: experiência 3D dentro das páginas da web, que melhoram a retenção de clientes e sua taxa de conversão.
- Inteligência Artificial (IA) e Big Data: uso de coleta de grande volume de dados com a finalidade de conhecer profundamente o público e oferecer personalização com comunicação, promoções e indicação de produtos.
- Câmeras e telas: usadas para aumentar a segurança, reconhecer imagens, coletar dados, pagar e controlar estoques.
Leia mais: Gestão de lojas e PDVs: estratégias para elevar a sua performance
Como aplicar o back to basics no varejo?
Não adianta só ter vontade e intenção, é preciso saber como aplicar o back to basics no varejo para contemplar todos os aspectos e oferecer uma experiência marcante ao cliente. Veja mais detalhes!
- Pessoas: cuidar bem dos colaboradores da marca (desde cargos altos até os mais baixos) e oferecer treinamento contínuo para alinhar objetivos, operações e promover evolução no trabalho. O evento da NFR chamou a atenção de que as marcas varejistas precisam atuar como instituições vivas na sociedade.
- Processos: analisar, reorganizar e padronizar processos internos para garantir que “o básico seja bem-feito”, independentemente do ponto de venda. A ideia é ser mais eficiente com uso de menos recursos.
- Tecnologia: é essencial para auxiliar, otimizar e integrar processos e pessoas, melhorando a precisão, produtividade e tomada de decisão, além de fornecer dados para acompanhar o comportamento do cliente e definir as melhores ações e experiências para conquistá-lo.
A essência desse conceito é usar as inovações para resolver problemas reais e gerar valor à marca, realizando melhorias que impactam o cliente final e não são apenas um capricho.
Invista na loja física
Quando falamos sobre varejo omnichannel, alguns pensam apenas no e-commerce e nos outros canais digitais. Porém, apesar do digital receber muito investimento das marcas, vale lembrar que as lojas físicas também precisam ser incluídas nessa estratégia.
E como? Oferecendo experiências iguais no físico e no on-line, afinal, as lojas não precisam ser monótonas, tradicionais e/ou ultrapassadas.
No back to basics, os canais digitais têm foco mais transacional e as lojas físicas são responsáveis por atuar com papel mais social, conectando a marca aos clientes.
Se quiser ver exemplos reais dessa transformação do papel das lojas, leia até o final e confira!
Faça mais com menos
Outro ponto que rodeia essa estratégia é a redução de custos, fazendo mais com menos. Mas isso não quer dizer reduzir a qualidade do trabalho e produtos vendidos. A ideia é buscar internamente os recursos necessários para otimizar os processos e impactar o consumidor final.
Use a tecnologia
Por fim, outra necessidade para implementar o pensamento back to basics no seu negócio é usar sistemas de gestão modernos e inteligentes para coletar dados, integrar operações e melhorar os resultados.
É a tecnologia que possibilita que estratégias sejam criadas pensando nas dores e necessidades do público, pois basta analisar indicadores e relatórios para basear suas tomadas de decisão.
Quanto mais dados forem bem-coletados, mais insights o varejista terá para seu negócio. Para isso, conte com as soluções financeiras da F360! Com automatização de processos, aprimore sua gestão multiempresas, reunindo dados de vendas e transações em um só local!
Ao analisar os produtos mais vendidos em determinados PDV ou certas épocas do ano, por exemplo, é possível garantir estoque e não perder vendas, elevando a satisfação do consumidor.
Exemplos de back to basics no varejo
Separamos dois grandes exemplos para você entender, na prática, como essa estratégia pode ser aplicada!
H&M
Conhecida por grandes lojas de departamento, a H&M inovou no Brooklyn, em Nova Iorque. Ela abriu uma loja-conceito, que fornece uma verdadeira experiência aos seus clientes!
Com prazo previsto de duração de 1 ano, ela muda o tema da loja a cada quatro a 12 semanas. A cada nova versão, a aparência do local é atualizada: com moda, elementos visuais e experiências.
Na primeira versão, Brasserie Hennes, ela oferecia um mercado com produtores locais, vendendo itens de variados segmentos (perfume, roupas e comidas), além de suas coleções de moda férias.
E o que mais ela fez como estratégia back to basics? Confira alguns destaques:
- espaço criado para produção de conteúdo e selfies;
- vitrine inspiradora;
- cabines criativas;
- RFID generalizado para os colaboradores da loja terem visão do estoque e as opções de tamanho disponíveis em tempo real;
- possibilidade de pagamento mobile em qualquer lugar do espaço;
- espelhos inteligentes nos provadores que identificam os produtos e recomendam produtos ou estilos.
Esses pontos mostram que a versão pop-up da H&M foi pensada em detalhes: localização, integração com a comunidade, contação de histórias e curadoria de produtos e temas.
Grupo Casas Bahia
Já nesse exemplo, o back to basics foi usado para reestruturar a Via e retornar ao antigo nome Casas Bahia. E por que os acionistas tomaram essa decisão? Para focar em seu público tradicional do varejo e ao negócio que deu origem à empresa, como a venda de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
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