Mulher passando cartão em máquina
Finanças 01/02/2024

Taxa MDR no varejo: saiba como negociar preços melhores e lucrar mais

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Precisamos avisar sobre a importância deste texto: a taxa MDR influencia diretamente o lucro da sua loja. Isso porque ela é cobrada pelas adquirentes em cima do valor total das transações feitas como cartão de crédito e débito.

E digamos que o impacto nas finanças pode ser alto. Afinal, o cartão de crédito ainda é um dos meios de pagamento mais usados em lojas físicas e e-commerces, de acordo com a pesquisa feita pelo Opinion Box.

Ela revelou que:

  • em lojas físicas, o pagamento com cartão de crédito representa 49% das compras e o de débito, 15%;
  • em e-commerces e aplicativos de transporte, o crédito é usado por 53% dos entrevistados;
  • em aplicativos de comidas, como o iFood, o pagamento com crédito on-line representa 33% dos pedidos e na máquina, 21%.

Sendo que 90% dos participantes responderam que usam o cartão para comprar em lojas físicas e on-line, e 46% parcelam as compras.

Todos esses dados mostram que o pagamento com cartão é bastante usado por todos os clientes e, por isso, é preciso ficar atento a qualquer taxa que envolve esse meio.

Para ajudar, leia até o final e confira o que é a taxa MDR, o que ela inclui e como negociar os valores para elevar seus ganhos.

Principais aprendizados deste artigo:

  • MDR é a sigla para Merchant Discount Rate ou, em português, taxa de desconto do comerciante. Na prática, é o percentual que as empresas de cartão cobram pelo uso das máquinas de pagamento em crédito e débito. 
  • O valor arrecadado pela taxa MDR é dividido entre o credenciador das maquininhas, a bandeira do cartão do cliente e os bancos que administram a transação. A cobrança acontece cerca de um mês após a venda. 
  • Fatores como taxa de intercâmbio (o percentual que o emissor cobra), a taxa da bandeira e impostos como ISS (Imposto Sobre Serviços) influenciam diretamente no valor da taxa MDR. 
  • Você pode negociar a taxa MDR diretamente com os adquirentes. Para tanto, identifique os custos envolvidos no processo e converse para encontrar uma solução adequada para todas as partes envolvidas.

O que é a taxa MDR?

A taxa MDR é um percentual sobre o valor total das transações feitas com cartão de crédito e débito para cobrir os custos das adquirentes e empresas responsáveis pelas operações. Esses custos envolvem, por exemplo, tecnologias e processamento de pagamento, manutenção das redes e prevenção de fraudes.

A sigla MDR significa Merchant Discount Rate e, em português, Taxa de Desconto do Comerciante. Portanto, essa taxa é cobrada pelas empresas de cartão e adquirentes que disponibilizam a maquininha para o pagamento e toda a tecnologia que envolve esse processo.

Como cada adquirente cobra valores diferentes, é essencial saber quais são eles. Isso evita cobranças indevidas e prejuízos ao varejista. Afinal, como o cartão é um dos meios de pagamento mais usados, as transações representam um custo elevado.

Quem recebe a taxa MDR?

Essa taxa é dividida entre todos os envolvidos no processo de pagamento, com percentuais específicos para cada empresa:

  • adquirente: empresa credenciadora que habilita as vendas com máquinas de cartão ou modo on-line e liquida as transações feitas. Exemplos: Cielo, Rede e Stone;
  • bandeira do cartão: instituição que atua na intermediação entre as adquirentes e os emissores, regulando e valiando as transações. Exemplos: Visa e Mastercard;
  • emissor: que possibilita a realização das compras. Exemplos: bancos físicos e digitais.

Como é composta a taxa MDR?

A taxa de MDR é composta pela soma de diversos percentuais que vão para cada envolvido no processo de pagamento, como a tarifa de intercâmbio, o fee da bandeira e o Net MDR.

Veja detalhes e aprenda como é composta a taxa de MDR e a divisão entre os agentes.

Taxa de intercâmbio

A taxa de intercâmbio é o percentual descontado pelo emissor ao repassar o valor pago pelo cliente para a empresa adquirente. 

Chamada em inglês de interchange rate, é considerada a porcentagem mais alta da taxa MDR. Afinal, há grandes riscos envolvidos nessa transação e o emissor precisa se resguardar caso o portador do cartão não pague a fatura mensal.

Por isso, quanto maior o risco, maior será a taxa de intercâmbio. Os critérios para definir o nível de perigo das operações com cartão são:

  • a categoria do cartão: classic, gold, platinum;
  • o tipo de transação: crédito parcelado ou à vista, débito;
  • o segmento da loja, chamado de Merchant Category Code (MCC).

Fee da bandeira

Como o próprio nome já indica, esse percentual é descontado do valor da transação pela bandeira do cartão para que a empresa arque com as despesas da intermediação do pagamento. 

De modo geral, ela se refere à responsabilidade da bandeira em manter o bom funcionamento do processo de pagamento.

A quantia é enviada pelo banco emissor do cartão e pela adquirente. Geralmente, essa taxa é baixa.

Net MDR

A porcentagem Net MDR é destinada à adquirente, que usa os recursos para investir no processamento e na liquidação dos pagamentos. Esse processo tem a incidência de outros impostos variáveis, como ISS, PIS e Cofins.

O valor é enviado pelo emissor e, após o desconto da transação, é repassado ao varejista.

Leia também: Como avaliar e acelerar a performance da sua loja?

Quando a taxa MDR é cobrada?

Geralmente, 30 dias após a venda, o emissor (banco) repassa o valor para a adquirente, que o transfere para o lojista. Porém, quando a compra no cartão é parcelada, o valor é pago de acordo com a quantidade de parcelas escolhidas, com intervalo de 30 dias entre os repasses.

O varejista pode ainda pedir antecipação dos pagamentos (recebíveis) para um dia útil. Contudo, fique atento e faça as contas: as taxas cobradas são mais altas em pedidos desse tipo.

3 dicas para negociar a taxa MDR

Uma boa notícia é que dá para reduzir o valor da taxa MDR, basta conversar com as adquirentes.

Veja três dicas para negociar a taxa MDR!

  1. Conheça todos os custos envolvidos: para oferecer esse meio de pagamento na loja física e/ou digital, descubra todos os valores cobrados pelo uso da maquininha diretamente com a adquirente (operadora do cartão) e compare os percentuais exigidos.
  2. Negocie a taxa: a taxa escalonada pode ser uma boa alternativa para negociar. Ela tem um percentual calculado para definir a quantidade de parcelas nas vendas. De duas a cinco, pode ser 1%, de cinco a sete, 2% etc. No débito, esse valor costuma ser de 0,5% a 1% menor que o crédito.
  3. Não foque apenas na taxa MDR: entenda todos os custos envolvidos e negocie levando em consideração todos os percentuais que serão descontados e taxas pagas, como a de aluguel da maquininha e de antecipação. 
  4. Dicas bônus: tenha, pelo menos, três meses de faturamento com a adquirente para iniciar a negociação. Além disso, escolha mais de uma operadora para trabalhar e, assim, ampliar as oportunidades de descontos.

Como acompanhar a cobrança da taxa de adquirentes?

A melhor forma de conferir se a cobrança das taxas está correta é por meio da conciliação de cartões. A finalidade desse processo é identificar possíveis inconsistências no cálculo das adquirentes e, claro, evitar prejuízos desnecessários.

Só que fazer essa apuração manualmente requer muita atenção e tempo. Afinal, é sempre bom que o gestor varejista acompanhe de perto as entradas e saídas da loja. Imagina fazer isso diariamente por meio de planilhas, cálculos e conferências dos valores cobrados? 

Para facilitar esse trabalho árduo, existem sistemas inteligentes e modernos, que realizam de forma automatizada todas as conferências financeiras necessárias, gerando demonstrativos e relatórios de desempenho.

O F360 Finanças, por exemplo, oferece a conciliação automática de cartões de crédito e débito, possibilitando que o lojista apure as taxas cobradas pelas administradoras. E, além disso, permite que o varejista automatize outras tarefas, como:

  • conciliação bancária;
  • fluxo de caixa;
  • contas a pagar e a receber;
  • integração com mais de 250 PDVs e 150 adquirentes;
  • conciliação com vouchers do setor food;
  • planejamento orçamentário;
  • e mais.

Conheça todas as funcionalidades e vantagens do F360 Finanças e acompanhe, a poucos cliques, a cobrança da taxa MDR e outras tarifas envolvidas em transações da sua loja.

FAQ – Perguntas frequentes sobre a taxa MDR 

O que é a taxa MDR e como ela funciona?

A taxa MDR é o percentual que as empresas credenciadoras de cartão e adquirentes de máquinas cobram sobre o valor total das transações para cobrir seus custos, como processamento dos pagamentos, sistemas de prevenção de fraudes e manutenção das redes para evitar instabilidade.

Quais são os fatores que influenciam a taxa MDR?

Os principais fatores que influenciam o valor da taxa MDR são:

  • fee da bandeira, que é o percentual que a bandeira do cartão desconta a cada compra; 
  • taxa de intercâmbio, que é determinada a partir do risco da transação, categoria do cartão e até o segmento da loja; 
  • net MDR, para cobrir os custos sobre o processamento e liquidação dos pagamentos. 

Como negociar a taxa MDR com fornecedores de serviços de pagamento?

Ao negociar a taxa MDR com os fornecedores de serviços de pagamento, se certifique de estudar todos os custos envolvidos no processo. Ou seja, verifique o que a empresa cobra e, em seguida, converse com o responsável para obter melhores condições. Uma ideia é escalonar a cobrança, que aumenta conforme o número de parcelas nos pagamentos no crédito. 

Como a taxa MDR afeta o custo das transações para empresas?

A taxa MDR afeta o custo das transações por representar um valor a mais na compra que as empresas devem decidir se repassam ou não para os seus clientes, o que pode encarecer a operação para o consumidor final (caso cobrem) ou para o lojista (quando decide arcar por conta própria).

Qual é a diferença entre taxa MDR e taxa de juros?

A taxa MDR é um percentual com que os negócios arcam para disponibilizar o pagamento via cartão de crédito (ou débito) para os seus clientes. Enquanto a taxa de juros é um acréscimo ao valor da compra que os responsáveis pelos cartões cobram quando há o atraso das parcelas.

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Escrito por:

Maurício Galhardo

Head e curador do F360 Educa, apaixonado por finanças, autor de três livros de negócios e gestão financeira, com ampla experiência em treinamentos e palestras. Já treinou mais de 20 mil pessoas no varejo!

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