A velha forma de discutir as empresas e seus empresários, com conselhos de administração formais, pesados, com reuniões intermináveis de egos inflados e objetivos individuais distintos, não cabe mais na nova economia
Não temos a menor dúvida de que é fundamental que franqueadores se adaptem à nova economia não apenas para conseguirem sobreviver à era de intensas mudanças em que todos os stakeholders estão expostos, mas para melhorarem seus resultados, construírem histórias novas e/ou inovadoras e deixarem um legado que, até cinco anos atrás, talvez, nem imaginassem que viria a ser a sua (nova) realidade.
Se você ler, de novo, o parágrafo acima e se aprofundar em cada linha escrita, é bem provável que dê um frio na barriga. Isso se não tiver se jogado em uma crise de pânico com todas as justificativas possíveis, esperando que eu te compreenda, dizendo “é normal”.
Não é normal (!) justificar a passividade diante de situações de necessidade de mudança, à velocidade que for, devido aos fatores que forem, com as consequências (im)previstas que surgirem! Não é normal ficar esperando algo acontecer, que te dê o estalo da mudança ou da criatividade. Nem acreditar que melhorar um pouco o que você e seu time, ou sua rede, fazem há anos é inovar em cima de uma tradição. O que significa “inovar na tradição”?
Me lembro bem de quando a ABF ( Associação Brasileira de Franchising) estava realizando a 10ª edição da Convenção ABF do Franchising, para franqueadores e fornecedores do Sistema de Franchising – raros franqueados compareciam à época e, logo após a abertura oficial do evento, Ricardo Camargo, diretor executivo da entidade, me chamou ao palco para que eu falasse sobre Sustentabilidade no Franchising. Eu palestrei antes de Washington Olivetto, que estava sentado na primeira fila, preparado para trazer para nós o tema ‘Os desafios do marketing da próxima década’ enquanto eu falava de ‘Modelo de Gestão Sustentável no Franchising Brasileiro’. É tenso palestrar antes de Washington Olivetto e ainda agradar com um tema que o varejo e o franchising sequer tinham interesse.
Para minha surpresa, quando W.O. palestrou, citou meu nome e minha fala meia dúzia de vezes. Eu disse que sem gestão sustentável, transparência, cooperação e corresponsabilidade, muitas franqueadoras não sobreviveriam. Ele apoiou e falou em criatividade e na grande ideia – que pode ser simples, mas uma grande ideia é o que faz todo o sucesso e não nenhuma grande novidade ou mudança de visão de negócios.
Porque estou trazendo 10 anos à tona? O que vimos nestes 10 anos? Quebradeira, ética questionada, transparência cobrada pelos clientes, grandes ideias – em cima de simples necessidades e respectivas soluções – transformando startups em unicórnios, inovação – o novo que nos faz pensar: como não pensei nisso antes? Tartarugas tradicionais e pesadas sumindo do mercado e abrindo espaço para os garotos criativos que as mesmas não contratariam.
“Egos exacerbados sendo superados por colaboração, compartilhamento, network, simplicidade, coopetição, a volta ao que o Homem já foi, roots e poder ser quem se é de verdade”
O padrão é deixar de ser padrão e de fazer mais do mesmo. Chegamos à nova economia!
E os nomes das coisas tornaram-se mais tangíveis ou compreensíveis. O Modelo de Gestão Sustentável virou Open, a Economia Open, em que o grau de abertura de uma economia determina a liberdade de um governo em buscar políticas econômicas de sua escolha e a suscetibilidade do País a ciclos econômicos internacionais. Surgiu o open banking como grande missão do Banco Central; o escritório virtual virou coworking por ser muito mais uma empresa de tecnologia do que de um espaço compartilhado de empresas com café grátis e arquitetura agradável.
Essa mesma tecnologia trouxe maior mobilidade com instrumentos super antigos como a bicicleta e os patinetes, que não são meus nem seus e nos levam onde quisermos ir a qualquer hora. O status de ter foi substituído pelo ser e, a velha forma de discutir as empresas e seus empresários, as estratégias e os DREs com Conselhos de Administração formais, pesados, com reuniões intermináveis de egos inflados e objetivos individuais distintos, não cabe mais na nova economia.
Mais uma vez, me vejo tendo a oportunidade de trazer às empresas franqueadoras uma nova forma de lidar com o mercado e suas mudanças impostas pela nova maneira de se consumir produtos e serviços, de se pensar no amanhã e no outro, de se construir um mundo melhor a todos e de, porque não, ganhar mais dinheiro e de forma melhor que a praticada até hoje?
Foi assim que compus um grupo para conceituar e implantar a Franquia Social em ONGs, com outros fundei a AFRAS – Associação Franquia Sustentável, com um sócio criamos varejo próprio para várias indústrias e o Prêmio Maiores e Melhores Franquias da PEGN/Ed. Globo e, agora, trago para o Franchising o Conselho Mudando o Jogo.
Com metodologia criada por Gustavo Succi (a quem estou associada) junto com o empresário Luciano Garcia, formamos o tripé Pessoas, Estratégias e Finanças e atuamos como conselheiros de empresas. Na próxima quarta-feira (22), vamos receber empresários em um evento para poucos convidados para debater os cenários empresariais no pós-crise e como o Conselho Mudando o Jogo atua de forma compartilhada e colaborativa, onde empresários exercem o papel de conselheiros, empresas de pequeno e médio porte conseguem participar com as grandes e os franqueadores, que se sentem solitários em suas decisões, saem do operacional e vão para o estratégico conosco e um time de seis conselheiros.
Isso é inovador, é open, é o Franchising da nova economia. Vem mais por aí. Me siga e vamos crescer seu business exponencialmente, de forma estruturada e segura, como sempre fiz.
* Ana Vecchi é consultora de empresas, CEO na Ana Vecchi Business Consulting, professora universitária e de MBAs, pós-graduada em marketing e com MBA em varejo e franquias. Atua no franchising há 28 anos em inteligência na criação e na expansão de negócios em rede.